Cercados por um ainda denso cinturão verde, os lagos Água Preta e Bolonha, de onde a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) bombeia a água que abastece a maior parte das residências da Grande Belém, recebe todos os dias o caldo sujo do esgoto dos bairros que os cercam. A maior cidade da Amazônia oriental não trata todo os rejeitos que chegam à rede de esgoto. Além disso, grande parte da sujeira produzida pela população acaba depositada diretamente nos rios e lagos.
Em artigo publicado em O LIBERAL no domingo passado, o engenheiro e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) Nagib Charone Filho apontou que a geografia das áreas que circundam os lagos Água Preta e Bolonha favorece o escoamento do esgoto não tratado para dentro dos mananciais. A gravidade se encarrega de empurrar o esgoto das casas construídas na chamada 'linha cumeada', no topo do terreno, para a parte mais baixa, onde estão os lagos. Charone afirma que embora haja a separação física pelo cinturão de mata conservada, não há como se evitar a contaminação.
No bairro do Curió, em Belém, os canais que deságuam dentro do Parque Ambiental do Utinga foram transformados em fossas abertas e recebem todo o esgoto das áreas de invasão do entorno. O melhor exemplo é o do canal da rua São Francisco, sem ligação aparente com o lago Bolonha, que além do esgoto do bairro, acumula o lixo depositado por moradores. A água é escura e tem cheiro desagradável. O que sai da torneira das casas, não por consequência direta da contaminação do canal, também está impróprio para o uso.
Aluno: João Vitor Da Silveira Souza
Fonte: http://folhadoprogresso.com/folha/modules/artigos/item.php?itemid=338
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
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